Imunodeficiência Felina (FIV)

A incidência da FIV varia globalmente, mas estima-se que afete e seja motivo de consulta médico veterinária  entre 2 a 5% dos gatos domésticos. Gatos machos não castrados com acesso à rua têm maior probabilidade de serem infetados, devido ao comportamento territorial e às lutas por território e fêmeas. Gatos com acesso mais restrito ao exterior apresentam menor probabilidade de contrair a doença. 

Figura 1 – Gato no exterior, se o seu gato sai de casa sem supervisão ou vive com outros gatos que possam estar infetados com vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) reúne mais condições para contractar com o FIV. Com base na história clínica o seu veterinário pode sugerir testá-lo periodicamente para detetar a FIV.

Causas da Imunodeficiência Felina

A FIV é causada por um lentivírus, um tipo de retrovírus. A principal via de transmissão é através de mordeduras profundas, durante lutas entre gatos. Outras formas de transmissão, embora menos comuns, incluem:

• Transmissão vertical: De mãe para filhote durante a gestação ou parto (raro).
• Transfusões de sangue contaminado: Extremamente raro em países com boas práticas veterinárias.
• Contacto sexual: Possível, mas menos comum do que as mordeduras.
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Sintomas da FIV

Os sintomas da FIV podem variar bastante e podem não aparecer imediatamente após a infeção. A doença geralmente progride em estágios:

• Fase aguda: Ocorre logo após a infeção e pode apresentar sintomas como febre, aumento dos gânglios linfáticos e letargia, que geralmente desaparecem em algumas semanas.
• Fase assintomática: O gato parece saudável e pode permanecer assim por meses ou anos. Durante este período, o vírus está presente no organismo, mas o sistema imunológico ainda consegue controlá-lo.
• Fase sintomática ou SIDA dos gatos /felina: O sistema imunológico fica gravemente comprometido, tornando o gato vulnerável a diversas infeções oportunistas, como:
  • Infeções respiratórias (ex: pneumonia, rinite).
  • Infeções orais (ex: gengivite, estomatite).
  • Infeções de pele.
  • Problemas gastrointestinais (ex: diarreia crónica).
  • Doenças neurológicas.
  • Cancro (linfoma é o mais comum).

Figura 2 –  Fases do desenvolvimentos da Imunodeficiência Felina (FIV). Os sintomas da FIV podem variar bastante e podem não aparecer imediatamente após a infeção. A doença geralmente progride em estágios

Diagnóstico da FIV

O diagnóstico da FIV é feito através de testes sanguíneos que detetam a presença de anticorpos contra o vírus. Os testes mais comuns são:

• Teste ELISA: Um teste rápido que pode ser realizado no consultório, clínica ou hospital veterinário.
• Western blot: Um teste mais específico que confirma os resultados do teste de ELISA.

É importante notar que gatinhos com menos de 6 meses de idade podem apresentar resultados positivos devido à presença de anticorpos maternos. Nesses casos, é recomendado repetir o teste após os 6 meses de idade.

Os sinais e história clínicos podem ser também indicativos de potencial suspeita de FIV um deste sinais é a gengivite

Figura 3 –  Gengivite pode ser um sinal de infeção vírus da Imunodeficiência Felina (FIV). A gengivite  é uma forma leve de doença periodontal caracterizada pela inflamação dolorosa das gengivas.

Tratamento da FIV

Não existe cura para a FIV, mas existem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do gato infetado. O tratamento foca-se principalmente em:

• Tratar infeções secundárias: Utilização de antibióticos, antifúngicos ou outros medicamentos, conforme necessário.
• Controlar os sintomas: Medicamentos para aliviar a dor, inflamação ou outros problemas específicos.
• Reforçar o sistema imunológico: Imunomoduladores podem ser utilizados em alguns casos, sob orientação veterinária.
• Boa nutrição: Uma dieta equilibrada e de alta qualidade é essencial para manter o sistema imunológico o mais forte possível.
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Prevenção da FIV

A melhor forma de prevenir a FIV é evitar que o seu gato entre em contacto com gatos infetados. Algumas medidas preventivas incluem:

• Manter o gato dentro de casa: Evitar que o seu gato vagueie livremente reduz significativamente o risco de exposição ao vírus.
• Testar novos gatos: Antes de introduzir um novo gato em casa, é crucial testá-lo para FIV.
• Castrar gatos: A castração reduz o comportamento territorial e as lutas entre gatos.
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Como melhorar a qualidade de vida do seu gato com FIV

• Consultas veterinárias e consultas veterinárias de especialidade regulares: Exames regulares são essenciais para monitorizar a saúde do seu gato e detetar precocemente quaisquer problemas.
• Alimentação de alta qualidade: Ofereça uma dieta equilibrada e nutritiva para fortalecer o sistema imunológico.
• Ambiente livre de stress: Proporcione um ambiente calmo e seguro para o seu gato.
• Prevenção de outras doenças: Mantenha as vacinas do seu gato em dia e proteja-o contra parasitas.
• Higiene: Mantenha uma boa higiene em casa e com o seu gato.
• Amor e carinho: O apoio emocional é fundamental para o bem-estar do seu gato.
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É importante lembrar que um gato com FIV pode ter uma vida longa e feliz com os cuidados adequados. O diagnóstico de FIV não é uma sentença de morte. Com acompanhamento médico veterinário adequado e os cuidados necessários, o seu gato pode desfrutar de uma boa qualidade de vida durante muitos anos. Consulte sempre o seu veterinário para obter um diagnóstico e plano de tratamento específicos para o seu gato. O hospital veterinário ANIMALcare está localizado no Porto e presta serviços 24 horas a animais de companhia no norte de Portugal.