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Diabetes em Cães e Gatos
2024-11-21
A Diabetes mellitus é uma doença comum em animais de estimação, que ocorre quando o corpo não consegue utilizar a glicose adequadamente. Pode ocorrer em qualquer idade. No entanto, nos cães ocorre normalmente entre 4 a 14 anos e a maioria são diagnosticados entre os 7-10 anos. Por outro lado, os gatos têm idades superiores a 6 anos quando começam a manifestar sinais da doença.
A diabetes ocorre cerca de duas vezes mais frequentemente em cadelas do que em cães e existem algumas raças de cães e gatos mais predispostas a desenvolver esta doença.
Há alguns fatores que podem aumentar o risco do seu animal de estimação desenvolver ou ter diabetes, entre eles salientamos a:
- obesidade;
- gravidez;
- doença dentária;
- infeções do trato urinário;
- infeções de pele;
- doença pancreática;
- uso prolongado de medicamentos esteróides ou progesterona.
- em gatos: a amiloidose, o hipertiroidismo e a doença renal predispõem o aparecimento da diabetes felina
- em cães: o hipotiroidismo e síndrome / doença de Cushing predispõem o aparecimento da diabetes canina
Quais são os Sinais Clínicos de Diabetes?
Perceber os sinais clínicos de diabetes como tutor, é essencial. Se notar algum destes sinais, deverá levar o seu animal ao médico veterinário. Durante a consulta deve recordar os sinais que observa no seu cão o gatos, em particular alterações relacionadas com:
- beber muita água ou urinar em maior quantidade;
- perda de peso, com perda ou aumento de apetite;
- letargia ou fraqueza;
- olhos turvos (devido a cataratas, especialmente em cães);
- infeções crónicas ou recorrentes (incluindo infeções de pele e trato urinário);
- andar ou ficar em pé de maneira incomum, com os tornozelos a tocar o chão (gatos).
Figura 1 - Principais sinais clínicos da diabetes, este sinais podem ser observados no gato mas também no cão.
Figura 2 - Postura plantígrada (um sintoma raro) – quando ocorre lesão nervosa nas patas traseiras, os jarretes (calcanhares/tornozelos) podem cair e tocar no chão
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento do seu animal de estimação, maiores serão as probabilidades de evitar complicações causadas por níveis cronicamente elevados de açúcar no sangue.
Diagnóstico
O médico veterinário poderá suspeitar de diabetes com base nos sinais clínicos do seu animal.
Para confirmar as suspeitas e descartar outras doenças, o médico veterinário irá recomendar a realização de análises ao sangue e à urina, incluindo cultura bacteriana.
Os animais diabéticos têm consistentemente grandes quantidades de glicose no sangue e na urina.
Tratamento
O tratamento com sucesso de diabetes requer monitorização regular, incluindo checkups veterinários; análises de sangue e urina; avaliação do peso, apetite, urina.
O objetivo do tratamento é manter os níveis de glicose no sangue dentro da normalidade, para prevenir complicações e manter uma boa qualidade de vida.
No início do tratamento pode haver necessidade de internamento do seu cão ou gatos para estabilizar o doente. A hospitalização visa garantir o cuidado e conforto dos seus animais de estimação durante períodos de doença ou recuperação inicial da diabetes em situações mais graves.
As injeções de insulina e a dieta terapêutica são os componentes essenciais.
Insulina
Se a insulina estiver recomendada, o médico veterinário irá prescrever uma dose inicial de insulina e o melhor tipo de insulina dependendo das necessidades do seu animal.
A equipa veterinária irá ensiná-lo a administrar as injeções de insulina. Geralmente, as injeções são administradas duas vezes ao dia para manter os níveis de glicose controlados. Poderão ser necessários ajustes na dose da insulina, dependendo da resposta do seu cão ou gato.
Figura 3: Para administrar uma injeção, puxe a pele solta entre as omoplatas com uma mão. Com a outra mão, insira a agulha diretamente na reentrância feita segurando a pele, puxe ligeiramente o êmbolo e, se não aparecer sangue na seringa, injete suavemente.
Terapia dietética
A terapia dietética concentra-se em ajudar os animais obesos a perder peso e parar a perda de peso associada a animais diabéticos, garantindo proteínas e hidratos de carbono adequados. O exercício regular deverá ser prescrito, consoante a idade, peso e saúde do animal.
Para gatos que ainda não foram tratados com insulina, o médico veterinário poderá recomendar em vez da insulina, uma medicação oral (SGLT2) que diminui os níveis de glicose no sangue, através do aumento da sua excreção pelos rins.
Como cuidar de um cão ou gato diabético
Cães com diabetes e muitos gatos geralmente requerem tratamento para toda a vida. Alguns gatos com tratamento adequado, podem ter diabetes e esta ser reversível, e não necessitarem de mais medicação.
A chave para se conseguir uma boa monitorização dos animais diabéticos é tentar manter os níveis de glucose normais, uma vez que um aumento ou diminuição de glicose, poderá levar a outras complicações.
A chave para conseguir manter o seu animal de estimação com a diabetes controlada passa também por:
- Manter a medicação e comida prescrita pelo médico veterinário.
- Garantir que o seu animal mantém um apetite normal.
- Monitorizar os níveis de glicose no sangue e na urina, como recomendado pelo seu médico veterinário.
- Monitorizar possíveis complicações (hipoglicémia; letargia; fraqueza; tremores; convulsões; movimentos incoordenados)
Prognóstico
O prognóstico da diabetes em cães e gatos varia de acordo com a causa e momento do diagnóstico. Cães e gatos diabéticos podem viver vidas longas e confortáveis, com tratamento e monitorização adequados. No entanto, em casos mais graves, como diabetes avançadas, o prognóstico pode ser reservado.
É fundamental levar seu animal de estimação ao veterinário para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. A diabetes não controlada é infelizmente uma causa frequente de visita de cães e gatos à urgência médico veterinária.
Figura 4 - Monitorização da glicemia na veia marginal do ouvido num animal hospitalizado e internado, no entanto esta é uma técnica que os proprietários podem utilizar em casa
O resultado desta urgência varia com os diferentes graus de gravidade que o animal apresenta. Esta condição pode ser prevenida em diferentes situações através da medicação, monitorização e alimentação. A consciencialização sobre os sinais clínico é fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida para nossos animais de estimação. Em caso de necessidade contacte a nossa equipa médico veterinária, o hospital veterinário da ANIMALcare está aberto 24 horas 365 dias por ano para assistir todos os casos e ainda para o ajudar a manter sobre vigilância os seus animais de estimação com dicas de como proceder nos tratamentos no seu domicílio.
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