2024-08-05
A panleucopenia felina é uma doença provocada por um vírus altamente contagioso que pode afetar severamente os gatinhos em idade muito jovem. O nome provém do efeito do vírus nas células da linha branca (leucócitos), que o organismo utiliza para lutar contra infeções.
Felizmente, em gatinhos já com o plano vacinal completo, é raro o aparecimento da doença, uma vez que a vacina providencia proteção contra este vírus.
A verdade, é que todos os gatos, em algum momento da sua vida, são expostos a este vírus, uma vez que se encontra no ambiente. Ainda assim, apesar de qualquer gato poder contrair a doença, os gatos bebés, gatos doentes e gatos não vacinados estão sob um risco muito superior. O vírus também tende a ser mais comum de se espalhar em felinos provenientes de pet shops, gatis, abrigos de animais e colónias de rua.
A vacinação é a principal medida para evitar esta doença.
Veja as nossas recomendações para o plano vacinal dos gatos.
O contágio pode fazer-se através de fezes, fluídos como urina, vómitos e secreções nasais e das mães gatas para os seus bebés ainda durante a gestação. Assim, itens tais como camas, caixas de areia, caixas de transporte, jaulas, brinquedos, taças de comida, mãos e roupas de quem tenha tido contacto com o gato contaminado também podem ser uma via de transmissão.
Alguns dos sintomas incluem diarreia, vómitos, febre, letargia, perda de apetite, desidratação e dor abdominal. Pode ainda ocorrer morte súbita dos gatinhos infetados. Gatos com os sintomas pré-citados devem ser reencaminhados para consulta com o médico veterinário e separados de restantes gatos coabitantes.
Uma vez que a doença deprime o sistema imunitário do gatinho, poderão surgir, secundariamente, outras infeções e por esse motivo, apresentarem outros sintomas diferentes dos descritos.
Os gatos sobreviventes infetados anteriormente ou pouco depois do seu nascimento podem apresentar alterações cerebrais, problemas de mobilidade, quadros convulsivos e cegueira.
Após o aparecimento dos sinais clínicos, o médico veterinário atenta no plano vacinal do gato, se esteve em contacto com outros gatos (não vacinados) e no caso de um gato recentemente adotado, de onde veio. É altamente recomendado o processamento de análises sanguíneas como o hemograma. A análise vai permitir identificar anormalidades nos glóbulos brancos e ajudar no diagnóstico. É possível ainda, realizar um teste rápido para ter a certeza de que o gato está infetado com o vírus. A prevenção é a parte fundamental para o combate desta doença, sendo a vacinação o principal meio. Ainda assim, não há um tratamento específico. Usualmente o internamento para reposição de fluidos é recomendado, poderá ainda ser proposta medicação para aliviar sintomas como dor, vómitos e febre. Para gatos que desenvolvam infeções secundárias por vezes são recomendados antibióticos. Gatos com anemia severa ou perda de proteína podem ainda necessitar de transfusão sanguínea.
O prognóstico depende de uma grande variedade de fatores como a idade, estado clínico geral, severidade da doença e quão rápido é diagnosticada a doença e o tratamento iniciado. Geralmente, quão mais rápido recebe o tratamento melhor a hipótese de recuperar.
Além do plano de vacinação em dia, evitar contacto com gatos desconhecidos, reduzir o contacto com o exterior, lavar e desinfetar as mãos e roupas após estar com outros gatos, evitar partilhar brinquedos e outros objetos, nunca recolher animais de rua e juntar com os gatos que já habitam em casa e manter gatos que pareçam doentes longe dos saudáveis, poderá resultar numa prevenção adicional e efetiva contra a doença.
Login / Registo