A anestesia veterinária é uma área fundamental da medicina veterinária que permite realizar procedimentos cirúrgicos e diagnósticos em animais, garantindo o bem-estar e a segurança durante e após a intervenção. Ao induzir um estado de inconsciência e analgesia, a anestesia permite que os procedimentos sejam realizados sem que os animais de estimação, nomeadamente o cão e o gatos, espécies mais operadas no nosso hospital veterinário, sintam dor ou desconforto.

1. Anestesia Geral:

   • Descrição: Induz uma perda de consciência total, permitindo a realização de cirurgias e outros procedimentos invasivos sem que o animal sinta dor ou perceba o que está a acontecer.

   • Administração: Pode ser administrada através de injeções intravenosas ou inalatória, utilizando gases anestésicos como isoflurano ou sevoflurano.

   • Uso: Utilizada em cirurgias de rotina como esterilizações e ou castrações, e todas as cirurgias maiores como ortopedias, amputações, cirurgias gastro intestinais, tumores e ou procedimentos dentários simples ou complexos.

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3. Anestesia Local:

   • Descrição: Bloqueia a sensibilidade à dor numa área específica do corpo, sem afetar a consciência do animal.

   • Administração: Injeções de anestésicos locais, como lidocaína, diretamente no tecido ou próximo a nervos que inervam a área a ser tratada.

   • Uso: Indicada para procedimentos menores, como suturas de feridas, extrações dentárias simples, ou biópsias. Contudo, ao contrário dos seres humanos e em virtude da falta de cooperação dos animais é raramente usada em medicina veterinária sem que o animal não esteja sedado ou anestesiado.

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5. Anestesia Regional:

   • Descrição: Similar à anestesia local, mas afeta uma região maior do corpo. Exemplos incluem bloqueios epidurais ou de nervos periféricos.

   • Administração: Anestésicos são injetados em torno de nervos específicos para bloquear a sensibilidade de uma área mais ampla.

   • Uso: Utilizada em cirurgias de membros, cauda ou para controlo da dor pós-operatória em áreas específicas. Contudo, ao contrário dos seres humanos e em virtude da falta de cooperação dos animais é raramente usada em medicina veterinária sem que o animal não esteja sedado ou anestesiado. Estas técnicas são excelentes para promover uma melhor analgesia intra-operatória e permitem a realização de procedimentos com menor profundidade de anestesia.

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7. Sedação:

   • Descrição: Induz um estado de relaxamento e diminuição da consciência, mas sem uma perda total de consciência. Frequentemente combinada com anestesia local ou regional.

   • Administração: Pode ser administrada por via intravenosa, intramuscular ou oral, utilizando fármacos como medetomidina, dexmedetomidina ou diazepam.

   • Uso: Indicada para procedimentos menores, exames diagnósticos que requerem imobilidade (como radiografias), ou para tranquilizar animais muito ansiosos.

A anestesia geralmente passa por três fases:

1. Indução: É a fase inicial, em que os medicamentos são administrados para induzir o estado de inconsciência.

2. Manutenção: Nesta fase, a anestesia é mantida por meio de medicamentos administrados continuamente.

3. Recuperação: É a fase final, em que os efeitos da anestesia cessam gradualmente e o animal recupera a consciência.

1. Avaliação Pré-Anestésica:

   • Exame Clínico: Antes de administrar da anestesia, o veterinário realiza uma avaliação completa da saúde do animal, incluindo exame físico e, muitas vezes, exames laboratoriais (hemograma, bioquímica sanguínea).

   • Histórico Médico: O veterinário considera o histórico médico do animal, incluindo alergias, condições pré-existentes e medicações em uso.

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3. Monitorização Durante a Anestesia:

   • Sinais Vitais: Monitorizam-se parâmetros como frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, saturação de oxigénio, e temperatura corporal para garantir a segurança do animal durante o procedimento.

   • Equipamentos: O uso de equipamentos como oxímetros, capnógrafos, e monitorização de ECG é comum para garantir um acompanhamento contínuo das condições do animal.

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5. Cuidados Pós-Anestésicos:

   • Recuperação: Após o procedimento, o animal é monitorizado enquanto recupera a consciência. Deve ser mantido num ambiente calmo e confortável.

   • Analgesia: A dor pós-operatória é gerida com analgésicos adequados para garantir o conforto do animal.

   • Alimentação e Hidratação: A reintrodução gradual de alimentos e água ocorre apenas quando o animal está plenamente recuperado da anestesia, para evitar aspiração ou vómitos.

• Complicações Respiratórias ou Cardíacas: Embora raras, podem ocorrer e requerem uma resposta rápida por parte da equipa veterinária.

• Reações Adversas a Fármacos: Alguns animais podem ter reações inesperadas a anestésicos, o que torna a monitorização e a preparação para emergências cruciais.

• Hipotermia: A queda na temperatura corporal é comum durante a anestesia, sendo necessário utilizar mantas aquecidas ou outros métodos para manter a temperatura corporal do animal.

• Importância do Jejum antes da anestesia: O jejum é uma medida simples para evitar uma complicação potencialmente grave durante a anestesia: a regurgitação de material gástrico e consequente aspiração pulmonar. Em outras palavras: o retorno de alimento do estômago para a boca e para o pulmão.

• Tempo do Jejum antes da anestesia: A sua equipe médico veterinária irá aconselhar sobre os tempos de jejum antes da realização da cirurgia. Estes tempos variam, mas em regra são de 8 a 12 horas.

• Bem-Estar Animal: Permite a realização de procedimentos que, de outra forma, seriam demasiado dolorosos ou stressantes para o animal.

• Precisão e Eficácia: Facilita procedimentos cirúrgicos e diagnósticos, permitindo que sejam realizados de forma segura e eficaz.

• Controlo da Dor: A anestesia e a analgesia adequadas são fundamentais para evitar o sofrimento desnecessário e promover uma recuperação mais rápida e confortável.