2024-06-06
Os tumores internos em cães e gatos são crescimentos anormais de células que ocorrem dentro do corpo, que frequentemente afetam órgãos como fígado, baço, e rins. Esses tumores podem ser benignos ou malignos, com sintomas que variam conforme a localização e o tipo de tumor. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para o manejo eficaz da condição.
O osteossarcoma é um tipo agressivo de cancro ósseo que é mais comum em cães do que em gatos. O tumor, geralmente, origina-se a partir das células produtoras de osso (osteoblastos) e é caracterizado pelo rápido crescimento e potencial para metástase, principalmente para os pulmões.
Em cães:
• É o tumor ósseo primário mais comum, representando cerca de 20% de todos os tumores ósseos.
• Afeta principalmente cães de raças grandes e de porte gigante, como Rottweiler, Golden Retriever, Doberman Pinscher e Dogue Alemão.
• Geralmente desenvolvem-se em ossos longos, como fêmur, tíbia, úmero e rádio, mas também pode afetar outros ossos do corpo.
• Os cães com osteossarcoma geralmente apresentam idade entre 5 e 10 anos.
Em gatos:
• É menos comum, representando cerca de 5% dos tumores ósseos.
• Afeta gatos de todas as idades, mas é mais frequente em gatos adultos.
• Geralmente desenvolve-se em ossos longos, como fêmur e tíbia, mas também pode afetar outros ossos do corpo.
Os sinais clínicos do osteossarcoma podem variar muito de acordo com a localização e a extensão da doença. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
• Claudicação: o animal pode mancar ou ter dificuldade em andar.
• Dor: o animal pode sentir dor na área afetada, especialmente ao se mover ou quando se toca no local.
• Inchaço: a área afetada pode estar inchada e quente ao toque.
• Fraturas ósseas: o tumor pode enfraquecer o osso, tornando-o mais suscetível a fraturas.
• Perda de apetite e peso: o animal pode perder peso e apetite devido à dor e à dificuldade em se mover.
• Letargia e fraqueza: o animal pode estar menos ativo e com menos energia.
O diagnóstico do osteossarcoma é feito por um médico veterinário, com base no histórico clínico, exame físico e exames complementares, como:
• Radiografias (para identificar a presença de tumores ósseos).
• Biópsia óssea (para confirmar o diagnóstico).
• Tomografia axial computadorizada (TAC) ou ressonância magnética (MRI) para avaliar a extensão do tumor.
• Exames de sangue e de urina.
• Radiografias torácicas (para verificar metástases pulmonares).
O tratamento do osteossarcoma depende do tipo, localização e extensão da doença, idade e saúde geral do animal. As opções mais comuns incluem:
• Cirurgia: Amputação do membro afetado é o tratamento principal e geralmente bem-sucedido.
• Quimioterapia: Menos comum em gatos do que em cães, mas pode ser considerada em alguns casos.
• Radioterapia: Pode ser usada para controle da dor.
• Terapia de suporte: Medicamentos para dor, anti-inflamatórios e cuidados nutricionais.
O prognóstico para cães e gatos com osteossarcoma depende de vários fatores, incluindo a localização do tumor, a presença de metástases no momento do diagnóstico e a resposta ao tratamento. Em cães, a combinação de amputação e quimioterapia pode prolongar a vida significativamente, embora o prognóstico geralmente seja reservado devido à alta taxa de metástase. Em gatos, o prognóstico tende a ser ligeiramente melhor após a amputação, uma vez que a metástase é menos comum.
Para animais que não são candidatos a cirurgia ou cujos donos optam por não seguir com tratamentos agressivos, os cuidados paliativos são essenciais para manter a qualidade de vida. Isso pode incluir:
• Medicamentos para controlo da dor
• Anti-inflamatórios
• Suporte nutricional
• Terapias complementares para melhorar o conforto
Não existe uma forma comprovada de prevenir o osteossarcoma em cães e gatos. No entanto, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco da doença, como:
• Manter o animal vacinado de acordo com o esquema recomendado pelo médico veterinário.
• Fornecer uma dieta saudável e equilibrada.
• Evitar a exposição a produtos químicos e toxinas.
• Levar o animal ao veterinário para check-ups regulares.
O adenocarcinoma é um tipo de cancro que se origina nas células glandulares, que são responsáveis pela produção de secreções, como muco, saliva e sucos digestivos. Em cães e gatos, o adenocarcinoma pode afetar diversos órgãos do corpo, mas os locais mais comuns incluem:
• Pulmões: o tipo mais comum de adenocarcinoma em cães e gatos.
• Glândulas mamárias: mais frequente em fêmeas, principalmente cadelas não castradas.
• Trato gastrointestinal: pode afetar estômago, intestinos e outros órgãos digestivos.
• Bexiga: menos comum, mas pode ser bastante agressivo.
• Pâncreas: também menos frequente, mas com alto potencial metastático.
Os sinais clínicos do adenocarcinoma variam muito de acordo com a localização e a extensão da doença. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
• Tosse: geralmente persistente e pode apresentar sangue.
• Dificuldade respiratória: o animal pode apresentar respiração rápida e superficial.
• Perda de peso: sem causa aparente.
• Perda de apetite: o animal pode comer menos ou recusar alimentos.
• Vómitos e diarreia: podem ser intermitentes ou constantes.
• Sangue nas fezes ou na urina: um sinal de que o tumor pode estar a afectar o trato gastrointestinal ou a bexiga.
• Dor abdominal: o animal pode demonstrar desconforto á palpação abdominal.
• Letargia e fraqueza: o animal pode se estar menos ativo e com menos energia.
O diagnóstico do adenocarcinoma é feito por um médico veterinário, com base no histórico clínico, exame físico e exames complementares, como:
• Análises sanguíneas.
• Radiografias: para visualizar os pulmões, tórax e outros órgãos.
• Ecografia abdominal: para examinar os órgãos abdominais.
• Endoscopia: para examinar o interior do trato gastrointestinal.
• Biópsia: para colheita de amostras de tecido afetado para anatomia patológica.
• Citologia: colheita de amostra para análise ao microscópio.
• Tomografia axial computadorizada (TAC): para obter imagens mais detalhadas dos órgãos e tumores.
• Cirurgia: Principal método para remoção de tumores.
• Quimioterapia: Adjuvante à cirurgia ou em casos inoperáveis.
• Radioterapia: Usada em alguns casos.
• Terapia de suporte: Inclui controlo da dor, nutrição e cuidados gerais.
O prognóstico do adenocarcinoma varia muito de acordo com o tipo, localização e extensão da doença, idade e saúde geral do animal. Em geral, o adenocarcinoma é um tipo de neoplasia agressiva e com alto potencial metastático, o que significa que pode se espalhar para outros órgãos do corpo.
No entanto, com tratamento adequado, muitos animais podem ter uma boa qualidade de vida por algum tempo. Em geral, a detecção precoce e o tratamento agressivo melhoram significativamente as chances de uma resposta positiva.
Quando o tratamento curativo não é uma opção, cuidados paliativos são essenciais para manter o conforto e a qualidade de vida dos animais. Isso pode incluir medicamentos para controlo da dor, suporte nutricional e maneio dos sintomas.
Não existe uma forma comprovada de prevenir o adenocarcinoma em cães e gatos. No entanto, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco da doença, como:
• Manter o animal vacinado de acordo com o esquema recomendado pelo médico veterinário.
• Fornecer uma dieta saudável e equilibrada.
• Controlar o peso corporal do animal.
• Evitar a exposição a produtos químicos e toxinas.
• Levar o animal ao veterinário para check-ups regulares
O linfoma é um tipo de cancro que se origina nos linfócitos, células brancas do sangue que fazem parte do sistema imunológico. Em cães e gatos, o linfoma é um dos tumores mais comuns, podendo afetar qualquer órgão do corpo, mas com maior incidência nos gânglios linfáticos, baço, fígado e intestino.
Tipos de linfoma em cães e gatos:
• Multicêntrico: o tipo mais comum em cães, afetando vários gânglios linfáticos ao mesmo tempo.
• Alimentar: mais frequente em gatos, se desenvolve no trato gastrointestinal.
• Mediastinal: afeta os órgãos do tórax, como pulmões e coração.
• Cutâneo: surge na pele.
• Extranodal: se desenvolve em outros órgãos, como fígado, baço ou rins
Os sinais clínicos do linfoma podem variar muito, dependendo da localização e da extensão da doença. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
• Aumento dos gânglios linfáticos.
• Perda de peso.
• Perda de apetite.
• Letargia.
• Vómitos e diarreia (se trato gastrointestinal afectado).
• Dificuldade respiratória (se trato respiratório afectado).
• Febre.
• Prurido.
• Icterícia (pele e olhos amarelos) - em gatos.
O diagnóstico do linfoma é feito por um médico veterinário, com base no histórico clínico, exame físico e exames complementares, como:
• Palpação dos gânglios linfáticos, durante o exame físico: para verificar se estão aumentados ou doloridos.
• Exames de sangue: para avaliar o número de células brancas do sangue e detectar anormalidades.
• Radiografias toráx: para visualizar os pulmões e outros órgãos do tórax.
• Ecografia abdominal: para examinar os órgãos abdominais.
• Citologia: aspiração com agulha fina
• Biópsia: para colher amostras de tecido afetado para anatomia patológica.
• Teste para FeLV (vírus da leucemia felina) e FIV (vírus da imunodeficiência felina), já que gatos com esses vírus têm maior risco de desenvolver linfoma - para gatos
O tratamento do linfoma depende do tipo, localização e extensão da doença. As opções mais comuns incluem:
• Quimioterapia: utiliza medicamentos para destruir as células cancerígenas.
• Radioterapia: usa radiação para matar as células cancerígenas.
• Cirurgia: pode ser realizada para remover tumores localizados.
• Imunoterapia: estimula o sistema imunológico do animal para combater o tumor.
• Terapia de suporte: como medicamentos para náusea e suporte nutricional.
• Tratamento específico para FeLV ou FIV, se presentes - para gatos.
O prognóstico para cães e gatos com linfoma varia e depende de fatores como o estádio da doença, localização do linfoma, resposta ao tratamento e saúde geral do animal. A quimioterapia pode proporcionar uma boa qualidade de vida e prolongar a vida dos animais afetados, com alguns respondendo melhor que outros ao tratamento. Em média, a expectativa de vida para cães com linfoma é de cerca de 1 ano, enquanto para gatos é de 6 meses.
Para animais que não respondem ao tratamento ou cujos tutores optam por não seguir com quimioterapia, cuidados paliativos são cruciais para manter o conforto e a qualidade de vida. Isso pode incluir medicamentos para controle da dor, suplementos nutricionais e cuidados gerais de suporte.
Prevenção do linfoma em cães e gatos:
Não existe uma forma comprovada de prevenir o linfoma em cães e gatos. No entanto, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco da doença, como:
• Manter o animal vacinado de acordo com o esquema recomendado pelo médico veterinário.
• Fornecer uma dieta saudável e equilibrada.
• Controlar o peso corporal do animal.
• Evitar a exposição a produtos químicos e toxinas.
• Levar o animal ao veterinário para check-ups regulares.
O hemangiossarcoma é chamado de “assassino silencioso” porque muitas vezes não apresenta sintomatologia até que já se torne intratável. Muitos tutores ouvem falar do hemangiossarcoma pela primeira vez numa consulta de emergência veterinária. O cão, que antes parecia saudável, apresenta agora uma hemorragia interna, com origem de uma rutura de uma massa, geralmente, esplénica. Nesse momento crítico, os veterinários não conseguem dizer facilmente, mesmo com ecografia, se a massa é potencialmente maligna e, atualmente, a única opção é enviar uma amostra para anatomia patológica, a fim de poder distinguir entre um hemangiossarcoma fatal ou uma hiperplasia benigna.
Sendo benigno ou maligno, existe uma hemorragia, que tem de ser controlada, e para tal é necessário cirurgia para remoção do baço. Por vezes, antes de puderem ir para cirurgia têm primeiro de ser estabilizados, consoante os valores das análises sanguíneas. A hemorragia pode ser severa o suficiente para que seja requerido uma transfusão sanguínea, por exemplo.
Assim, os proprietários enfrentam uma escolha terrível: sacrificar o seu querido companheiro porque o tumor provavelmente será maligno (hemangiossarcoma) ou pagar por uma cirurgia cara na esperança de que não seja.
O hemangiossarcoma é uma neoplasia agressiva, que cresce a partir das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos. Cerca de dois terços dos casos ocorrem no baço, mas também pode surgir no fígado, coração, pele e outros locais menos comuns. O tratamento padrão para a forma esplênica envolve a remoção do baço e quimioterapia. Em alguns casos, a radioterapia também pode ser utilizada. O prognóstico para o hemangiossarcoma é reservado e o tempo médio de sobrevivência para cães com essa neoplasia é de apenas alguns meses. No entanto, com tratamento agressivo, alguns cães podem viver um ano ou mais.
O hemangiossarcoma metastisa rapidamente para outras partes do corpo. Os sinais associados a um hemangiossarcoma são não específicos e podem variar dependendo da localização do tumor. Alguns sinais comuns incluem:
• Perda de peso
• Perda de apetite
• Letargia
• Vómito
• Diarreia
• Gengivas pálidas
• Fraqueza
• Inchaço abdominal
• Dificuldade ao respirar
Se notar algum desses sinais no seu cão, é importante consultar um veterinário imediatamente. O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para aumentar as chances de um resultado bem-sucedido.
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