Tumores de Pele em Cães e Gatos
Tumores de Pele em Cães e Gatos
2024-06-06
Os tumores de pele são as neoplasias mais comuns em cães e gatos, podendo ser benignos ou malignos. Frequentemente aparecem como massas ou nódulos na pele e podem variar em tamanho e forma. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para um prognóstico favorável.
MASTOCITOMA
O mastocitoma, também conhecido como tumor de mastócitos, é um tipo de tumor que se origina nos mastócitos. Os mastócitos são células do sistema imunológico encontradas principalmente na pele e nas membranas mucosas dos tratos respiratório e digestivo. São células do sistema imunológico que desempenham um papel nas reações alérgicas. Os mastocitomas podem ser benignos (não cancerosos) ou malignos (cancerosos). Esses tumores são mais comuns em animais, principalmente cães, mas também podem ocorrer em humanos. Em cães, os mastocitomas são o tumor de pele mais comum. Eles podem se desenvolver em qualquer parte do corpo, mas são mais comumente encontrados no tronco, nas pernas e na cabeça.
Características e apresentação
(especialmente cães):
Aparência: Pode variar desde uma pequena protuberância na pele até uma grande massa ulcerada.
Localização: Frequentemente no tronco, extremidades e região perineal.
Sintomas: os sinais de um tumor de mastócitos podem variar dependendo do tamanho, localização e tipo de tumor. Alguns sintomas comuns incluem:
Prurido
Vermelhidão
Inchaço
Nódulo cutâneo
Ulceração do nódulo
Inchaço dos gânglios linfáticos
Ás vezes, sintomas sistêmicos, como vômitos, diarreia, perda de apetite e perda de peso, devido à liberação de histamina pelos mastócitos.
Se notar algum desses sinais no seu animal de estimação, é importante consultar um veterinário imediatamente. O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para um bom prognóstico.
Causas e Fatores de Risco
Genética: Em cães, certas raças têm maior predisposição, como boxers, buldogues e labradores.
Fatores Ambientais e Alérgicos: A exposição a certos fatores ambientais e alérgenos pode influenciar o aparecimento de mastocitomas.
Mutações genéticas: Mutações no gene c-KIT têm sido associadas ao desenvolvimento de mastocitomas em humanos e cães.
Diagnóstico
Exame Físico: Avaliação da massa pelo veterinário.
Citologia Aspirativa por Agulha Fina: Obtenção de células tumorais para exame microscópico.
Biópsia: Remoção de uma amostra de tecido para análise histopatológica.
Diagnóstico por Imagem: Raios X, ultrassonografia ou tomografia computadorizada para avaliar extensão e metástase em casos mais avançados.
Tratamento
O tratamento para um tumor de mastócitos dependerá da gravidade do tumor. As opções de tratamento podem incluir:
Cirurgia: Este é o tratamento mais comum para tumores de mastócitos. O objetivo da cirurgia é remover todo o tumor e uma margem de tecido saudável ao seu redor.
Radioterapia: Utilizada nos casos em que não é possível a remoção completa ou para tratar resíduos tumorais.
Quimioterapia: Pode ser usada em casos avançados ou metastáticos. Em cães, medicamentos como vimblastina e lomustina são comuns. Muitas vezes é usado em conjunto com cirurgia ou radioterapia.
Inibidores da tirosina quinase: Medicamentos que bloqueiam os sinais de crescimento celular em mastócitos anormais, usados tanto na medicina veterinária quanto na medicina humana.
Terapia de suporte: Anti-histamínicos e esteróides para controlar os sintomas causados pela liberação de histamina pelos mastócitos.
Prognóstico
O prognóstico do mastocitoma varia dependendo da localização, grau do tumor e extensão da doença. Em geral: Tumores de baixo grau que são completamente removidos cirurgicamente têm um bom prognóstico. Tumores de alto grau ou metastáticos têm um prognóstico mais reservado.
Prevenção e Monitorização
Exames Regulares: Avaliações periódicas para detecção de recidivas ou novos tumores.
Controle de Fatores de Risco: Em animais, evitar exposição a possíveis alérgenos e manter vigilância ativa em raças predispostas.
O maneio do mastocitoma requer uma abordagem multidisciplinar para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento adequado, melhorando assim o prognóstico e a qualidade de vida do paciente.
MELANOMA
O melanoma é um tipo de cancro de pele que se origina nos melanócitos, células responsáveis pela produção da melanina, pigmento que dá cor à pele.
Causas e Fatores de Risco
Exposição UV: A principal causa do melanoma é a exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol.
Genética: Uma história familiar de melanoma aumenta o risco.
Tipo de pele: animais de pele e pelagem clara e curta, apresentam maior risco.
Sinais: sinais atípicos ou um grande número podem ser um fator de risco.
Supressão imunológica: animais com sistema imunológico débil correm maior risco.
Sinais e sintomas
O melanoma pode desenvolver-se em qualquer parte do corpo, mas ocorre mais comumente nas áreas mais expostas ao sol. Os principais sinais incluem:
Assimetria: Uma metade de um sinal não corresponde à outra metade.
Margens: irregulares, salientes ou desfocadas.
Cor: Há variação na cor, incluindo diferentes tons de catanho, preto e, às vezes, manchas de rosa, vermelho, branco ou azul.
Diâmetro: A verruga tem mais de 6 mm de diâmetro (aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis), embora os melanomas possam ser menores.
Evolução: o sinal muda de tamanho, forma ou cor ao longo do tempo.
Diagnóstico
O diagnóstico normalmente envolve:
Exame Físico: Um exame completo da pele por um dermatologista.
Biópsia: Remoção e exame microscópico do sinal ou lesão suspeita.
Estágios
O estadiamento do melanoma é baseado na espessura e extensão do tumor, no envolvimento dos gânglios linfáticos e na presença de metástase (disseminação para outras partes do corpo):
Estágio 0: Melanoma in situ (confinado à camada externa da pele).
Estágio I-II: Melanoma localizado com espessura variável.
Estágio III: O melanoma se espalhou para os gânglios linfáticos próximos.
Estágio IV: Melanoma metastático que se espalhou para órgãos distantes.
Tratamento
As opções de tratamento dependem do estágio e podem incluir:
Remoção Cirúrgica: Excisão do melanoma e de alguns tecidos circundantes.
Imunoterapia: Medicamentos que ajudam o sistema imunológico a combater o tumor.
Terapia direcionada: medicamentos que visam alterações genéticas específicas em células de melanoma.
Radioterapia: Frequentemente usada para melanoma que se espalhou.
Quimioterapia: Menos comumente usada, mas pode ser uma opção em certos casos.
Prevenção
As medidas preventivas incluem:
Proteção solar: Usar protetor solar nas áreas mais expostas ao sol do seu animal, evitar horários de pico de sol.
Verificações regulares da pele: autoexames e visitas regulares ao veterinário dermatologista.
A deteção e o tratamento precoces são cruciais para melhorar o prognóstico do melanoma. Se notar alguma alteração na pele do seu animal, é importante consultar imediatamente um profissional de saúde animal.
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
O carcinoma de células escamosas (CEC) é o segundo tipo mais comum de cancro de pele. Origina-se nas células escamosas, que são células planas e finas que formam a camada externa da pele (epiderme). O CEC geralmente se desenvolve em áreas da pele mais expostas ao sol, como nariz e orelhas.
Sinais e sintomas do carcinoma de células escamosas
• Uma nova lesão de pele que cresce ou muda de aparência
• Uma ferida que não cicatriza
• Uma mancha vermelha ou rosa escamosa
• Um crescimento áspero ou espesso
• Uma ferida que sangra ou ganha crosta, mas não cicatriza, ou cicatriza e volta a reaparecer
• Mudanças na cor ou na textura da pele
• Alterações de cicatrizes ou úlceras de longa duração.
Fatores de risco
• Exposição ao sol: A principal causa de carcinoma de células escamosas é a exposição ao sol.
• Pele clara: animais de pele clara, pelagem clara e olhos azuis ou verdes têm maior risco de desenvolver carcinoma de células escamosas do que animais de pele mais escura.
• Idade: O carcinoma de células escamosas é mais comum animais de meia idade ou mais.
• Histórico de cancro de pele: os que já tiveram carcinoma de células escamosas ou outro tipo de cancro corre maior risco de desenvolver outro cancro de pele.
• Sistema imunológico fraco: como animais com FIV/FeLV ou que receberam transplantes de órgãos, têm maior risco de desenvolver carcinoma de células escamosas.
• Certos medicamentos: Alguns medicamentos, como psoralenos, que aumentam a sensibilidade da pele ao sol, podem aumentar o risco de carcinoma de células escamosas.
• Exposição a determinados químicos, como arsénio, pode aumentar o risco.
• História de lesões de pele: queimaduras graves, cicatrizes, e úlceras cróni9cas podem predispor para o aparecimento do tumor.
Diagnóstico
• Exame físico: avaliação da pele por um veterinário.
• Biópsia de pele: recolha de uma amostra do tecido para análise micróspica.
Tratamento
O tratamento depende do tamanho, localização e agressividade do tumor, bem como do estado geral de saúde do paciente. As opções de tratamento incluem:
• Cirurgia: é a forma de tratamento mais comum no caso de carcinoma das células escamosas. O objectivo da cirurgia é remover todo o tumor, com boas margens, isto é, margem de tecido normal ao redor do tumor.
• Curetagem e cauterização:neste procedimento, o médico use uma cureta para raspar todo o tumor, e em seguida, cauterizar a área com calor ou produto químicopara destruir as células cancerígenas remanescentes.
• Crioterapia: usa nitrogénio líquido para congelar e matar as células cancerígenas.
• Radioterapia: Uso de radiação para destruir células cancerígenas, especialmente em áreas de difícil cirurgia.
• Quimioterapia: é um procedimento quimioterápico usado para matar as células cancerígenas em todo o corpo.
• Cirurgia de Mohs: Técnica que permite a remoção precisa do cancro com máxima preservação do tecido saudável.
• Terapia Fotodinâmica: Uso de luz e substâncias fotossensibilizantes para destruir células cancerígenas.
• Terapia Tópica: Aplicação de cremes ou pomadas com medicamentos anticancerígenos.
Prevenção
Para reduzir o risco de desenvolver CEC, recomenda-se:
• Proteção solar: Use protetor solar no seu animal e evite a exposição solar nos horários de pico.
• Auto-exames Regulares: Verifique regularmente a pele do seu animal de estimação para detetar alterações ou novas lesões.
• Visitas Regulares ao veterinário: para exames periódicos de pele, principalmente se tiver fatores de risco.
Prognóstico
O prognóstico para carcinoma de células escamosas depende do estádio do cancro, o que significa o quão longe ele se dessiminou. Num estádio inicial, que é tratado precocemente, geralmente tem bom prognóstico. No entanto, o carcinoma de células escamosas num estádio avançado pode ser mais difícil de tratar e pode, eventualmente, ser fatal.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para o sucesso do tratamento do carcinoma células escamosas. Caso note alterações na pele do seu animal de estimação, é importante procurar atendimento médico veterinário rapidamente.
HEMANGIOMA
Os hemangiomas surgem de uma mutação nas células e a causa é desconhecida. As pesquisas sugerem que a radiação solar, através da luz UV, pode desempenhar um papel importante, quando esses tumores ocorrem na pele. Tanto cães quanto gatos podem desenvolver hemangiomas. Dependendo da localização da doença e da sua progressão, os sinais clínicos podem variar. Pode não haver sinais clínicos, ou pode haver desenvolvimento de bolhas roxas escuras na pele.
Os tumores subcutâneos (sob a pele) tendem a ocorrer como uma massa única. As massas podem sangrar e causar hematomas facilmente, conter áreas com úlceras e tecido morto e doer quando tocadas. Aproximadamente um terço dos cães com forma subcutânea tem histórico de doença associada ao tumor que pode incluir falta de apetite, letargia, claudicação, anormalidades neurológicas, tosse, alteração de voz e hemorragias e/ou hematomas envolvendo a massa. Gatos e cães com a forma relacionada à pele geralmente apresentam uma ou mais protuberâncias vermelhas a roxas localizadas em áreas de pele com pêlos esparsos e levemente pigmentadas. Nos cães, esses tumores ocorrem mais comumente no peito e no abdómen, às vezes porque gostam de apanhar sol deitados de costas. Em gatos, as lesões são mais comuns nas orelhas levemente coloridas e em outras áreas da cabeça. As lesões geralmente são pequenas e indolores.
Raças de cães: Pitbull Terrier Americano, Basset Hound, Beagle, Boxer, Dálmata, Bulldog Inglês, Pointer Inglês, Greyhound, Galgo Italiano, Staffordshire Terrier, Whippet. Essas raças são em sua maioria predispostas à forma induzida pelo sol porque são cães de pele clara e pêlos curtos, principalmente no peito e na barriga. Porém, qualquer raça pode desenvolver hemangiomas, inclusive aqueles que não têm relação com o sol.
No cão, fêmeas e machos estão igualmente afetados. É mais comum surgirem a partir da idade média.
Raças gatos: Nenhuma raça está predisposta. Machos e fêmeas são igualmente afetados. É mais comum surgirem a partir da idade média.
Diagnóstico
Exames de sangue, sinais clínicos e predisposições (idade, raça, cor/tipo de pelagem, histórico de exposição solar) podem sugerir que seu animal tem hemangioma.
O veterinário provavelmente fará uma aspiração com agulha fina no inchaço para descartar outras possibilidades, como hemangiossarcoma, que é um tumor maligno dos vasos sanguíneos.
O diagnóstico definitivo geralmente requer a remoção cirúrgica de toda ou parte de uma massa e análise histopatológica.
Tratamento e Prognóstico
O tratamento para hemangiomas em cães geralmente não é necessário, a menos que o inchaço esteja a causar problemas, como sangramento ou infeção. Em alguns casos, o veterinário pode recomendar cirurgia para remover a protuberância, terapia a laser ou medicação para diminuir a protuberância.
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