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Pipetas de cão em Gato? NÃO!!!

 
Pipetas de cão em Gato? NÃO!!!

Pipetas de cão em Gato? NÃO!!!

2021-07-19

A desparasitação é crucial na vida dos cães e dos gatos, esta pode ser interna (endoparasitas que vivem no interior do animal, como os nemátodes, cestodes e tremátodos, mais conhecidos como lombrigas e ténias) ou desparasitação externa (ectoparasitas que vivem na pele/pêlo do animal, como as pulgas, carraças, piolhos e ácaros). Então, porque não dar desparasitante externo de cão ao gato? Podíamos pensar que é uma estratégia de marketing, mas não, apenas uma gota pode ser fatal!! Porquê?

A permetrina é um piretróide sintético, extraída das flores de Chrysanthemum cinerariaefolium, comumente incluído no desparasitante externo dos cães, porém é muito tóxico para os gatos porque estes apresentam uma maior sensibilidade aos piretróides. Pensa-se que isto se deve à deficiência na enzima glicuronil-transferase no fígado, responsável pela desintoxicação de vários compostos em mamíferos. 

Os desparasitantes dos cães contêm cerca de 45-65% de permetrina, no entanto, mesmo em pequena quantidade pode causar toxicidade em gatos. A exposição a esta substância geralmente ocorre pela aplicação errada pelos donos ou quando estes têm contacto próximo com os cães e lambem o produto, além disso alguns inseticidas podem conter esta substância. 

Sinais Clínicos

A gravidade dos sinais clínicos depende do próprio gato, podendo variar de nenhum efeito adverso até à morte do seu gato. Os sinais aparecem nas primeiras horas ou até 72 horas depois da exposição, os sinais clínicos mais comuns podem ser: tremores focais leves, espasmos, tremores generalizados, ataxia, convulsões, salivação, midríase e aumento da temperatura. Os menos comuns incluem dificuldade respiratória, vómitos, diarreia, anorexia, desorientação, head tilt, letargia e morte.

Diagnóstico

A intoxicação em gatos por permetrina é diagnosticada com base na história a uma exposição recente da substância juntamente com os sinais clínicos típicos. Os exames laboratoriais não se mostram específicos para esta situação.

Tratamento

O tratamento consiste num banho de corpo inteiro para retirar qualquer vestígio da substância e no controlo dos sinais clínicos como os tremores musculares e convulsões, assim como cuidados de suporte, nomeadamente a fluidoterapia. Em casos graves é necessário ventilação e anestesia geral. 

Por isso, agora já sabe, antes de administrar qualquer desparasitante ao seu animal de estimação leia bem as instruções e informe-se num veterinário perto de si.

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