2021-05-04
O Dipylidium caninum é o nome científico de um dos parasitas mais comuns em cães e gatos, que pode, acidentalmente, infectar os seres humanos, tratando-se, por isso, de uma zoonose.
É um cestode (parasita chato), denominado vulgarmente de “ténia canina” ou “ténia pepino”, que se fixa nas paredes do intestino delgado do seu hospedeiro definitivo (cão ou gato), podendo atingir até 60 cm de comprimento. Os seus ovos são eliminados nas fezes dos animais infectados, bem como no ambiente.
Os hospedeiros intermediários são as pulgas e os piolhos mastigadores. A pulga, na sua forma larvar, infecta-se ao alimentar-se das proglotes que se encontram no pêlo do animal. A transmissão do Dipylidium ao hospedeiro definitivos ocorre quando o cão/gato ingere acidentalmente a pulga infectada ao lamber ou mordiscar a pele, na tentativa de aliviar o prurido causado pela pulga.
Por vezes, o tutor apercebe-se da presença do parasita (do tamanho de um grão de arroz) nas fezes ou na região perianal do seu animal. Geralmente, a infecção provoca sintomatologia ligeira, nomeadamente prurido anal. Em casos mais severos, nos animais mais jovens, poderá levar ao aparecimento de diarreias, perda de peso e crescimento retardado.
Após a confirmação da infecção, o tratamento deverá ser feito através de duas administrações de um anti-helmíntico de amplo espectro (vulgarmente chamado de desparasitante interno), capaz de eliminar as formas larvares e adultas, com intervalo de duas semanas.
Em paralelo ao tratamento antiparasitário, é fundamental proceder à eliminação da infestação por pulgas/piolhos do animal acometido, de possíveis animais contactantes, e do ambiente. Este processo previne a reinfecção e quebra o ciclo de vida do parasita.
De forma a prevenir a infecção dos animais de companhia, recomendamos:
- desparasitação externa ao longo de todo o ano, recorrendo ao uso de um produto ajustado ao estilo de vida do nosso animal;
- desparasitação interna frequente, idealmente a cada 4 meses, com um anti-helmíntico de amplo espectro.
Devido à proximidade dos nossos animais de companhia, a infecção em humanos também pode ocorrer, sendo as crianças mais suscetíveis à infecção acidental. Os sinais clínicos são geralmente idênticos aos que os animais apresentam.
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