Como introduzir 2 gatos

2024-07-26

Como introduzir corretamente 2 gatinhos:

 

Apesar de ser um momento muito emocionante para os tutores, a introdução de um novo gatinho num ambiente onde já habita outro pode ser bastante desafiador. Por esse motivo, é importante que os tutores tenham alguns cuidados e responsabilidade durante o processo que antecede e sucede a adoção de um novo felídeo para sua casa. Abaixo, apresentaremos algumas sugestões para um processo de adaptação mais tranquilo e seguro:

 

1- Trazer o gatinho para uma consulta prévia com um médico veterinário.

Será sempre importante que haja um check-up médico prévio à introdução de dois gatinhos. Dependendo da sua idade, nesta primeira consulta deve ser assegurada a desparasitação, vacinação, exames sanguíneos de rotina e até testagem para os vírus FIV e FELV. Desta forma, poderá avançar com mais segurança para a introdução dos dois animais e a para a sua coabitação.

2- Criar um espaço apenas para o novo gato.

A apresentação dos dois felinos nunca deve ser imediata. Assim, é fundamental reservar um espaço exclusivo para o novo gatinho. Desta forma poderá fazer uma adaptação relaxada ao seu novo espaço e tutores sem muito stress associado. Este espaço deverá incluir uma cama, taças para comida e água, caixa de areia, um esconderijo e brinquedos.

3- Habituar aos novos cheiros.

Os gatos podem ser territoriais, então poderá demorar para que estejam à vontade para partilhar o mesmo espaço. A melhor forma de os “apresentar” de maneira indireta é oferendo a cada um separadamente um objeto como um cobertor que contenha o cheiro do outro durante alguns dias. Apesar das primeiras reações ao odor poderem ser negativas, o tempo vai fazendo com que se torne algo rotineiro e mais confortável para ambos. Aliado a esta técnica os dispositivos difusores de feromonas felinas podem ter um papel chave para que haja redução da ansiedade dos gatinhos durante o processo.

4- Permita que eles se vejam à distância:

Após estarem familiarizados com os odores um do outro é possível avançar mais uma etapa. Este encontro visual deverá ser curto e através de uma separação que apesar de os permitir observar o outro não lhes pode criar uma interação direta. Poderá fazê-lo através de uma tela plástica ou uma porta/janela de vidro. Estes encontros podem começar a ser mais perlongados dependendo da resposta de ambos. Quando ambos se sentirem à vontade nestes encontros poderá então passar à próxima etapa.

5- Breves encontros diretos:

Novamente, estes encontros iniciais devem ser curtos e sempre acompanhados pelos tutores por forma a observar as reações de ambos. Os gatos com mais idade poderão levar mais tempo a adaptar-se a uma nova companhia. Por este motivo, nesta fase é importante ter paciência e muita atenção às reações e ao estado emocional de cada um.

6- Fazer refeições em conjunto:

 

Quando ficarem mais à vontade na presença um do outro estará na altura de testar alimentá-los juntos. Desta forma, trabalharão a sua relação e associarão a presença um do outro a algo prazeroso. As taças de comida deverão ficar colocadas de maneira a que se possam ver mas não demasiado próximas por forma a não desencadear comportamentos hierárquicos em relação ao alimento. No final da refeição, deixe os gatinhos escolher para onde pretendem ir, quer isso os afaste diretamente um do outro ou não. Estes encontros deverão mais uma vez ser supervisionados com alguma cautela.

7- Monitorizar sinais de stress.

Uma vez que começarão a passar muito tempo juntos será o papel do tutor assegurar que estão bem e calmos enquanto coabitam. Os gatos tendem a esconder sinais de stress mas alguns poderão ser: urina em locais inapropriados, falta de apetite, vocalização constante, comportamentos agressivos com os tutores e coabitante, prostração, necessidade de estar escondido e ainda as expressões faciais. Poderá sempre recorrer ao seu médico veterinário para oferecer opções e sugestões de como lidar com esses comportamentos.

8- Oferecer muitas recompensas.

Oferecer biscoitos como recompensas quase sempre alivia este processo para os gatinhos. Assim, sempre que os gatos interajam positivamente é importante oferecer-lhes essa recompensa. Desta forma estará a reduzir os comportamentos negativos e ainda a estreitar a relação de ambos.

9 – Manter uma rotina.

Os gatos são animais rotineiros e sentem-se mais seguros se não houver introdução de novos fatores no seu dia a dia. Programar os horários para refeição, brincar e descansar vai ajudá-los a sentir-se mais à vontade na presença um do outro todos os dias.

10 – Ter muita paciência.

Após todo este processo, os gatinhos já deverão reconhecer-se o suficiente para poderem coabitar sem grande stress associado. No entanto, nem sempre é um processo fácil e pode levar muito mais tempo. O importante é não forçar em demasia o acontecimento e observar com cautela o comportamento de ambos. Os tutores terão por isso de ser pacientes e permitir que cada um dos gatos tenha o seu tempo e necessidades correspondidas.

Em conclusão, apesar de poder ser um processo desafiador, é possível criar excelentes relações entre gatinhos. O tutor deve manter o contacto com o médico veterinário para esclarecer dúvidas e poder ajudar a qualquer momento.

Artigo preparado por Joana Magalhães, enfermeira veterinária