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A Saúde Oral de Cães e Gatos e o seu subdiagnóstico em Medicina Veterinária
2019-02-18
Hoje em dia, quando temos um pequeno habitante de quatro patas em casa; geralmente cães e gatos, é frequente, numa primeira visita ao médico veterinário, que este nos fale sobre a importância da vacinação contra as várias doenças, nomeadamente as infecto-contagiosas; sobre o valor da desparasitação interna e externa; ou acerca dos prós e contras de uma cirurgia de "castração". No entanto, são raros os casos em que se considera a saúde oral como prioridade. O facto é que devemos estar atentos à boca dos nossos companheiros desde cedo e é por esta razão que hoje iremos abordar este tema.
Existem vários factores que podem influenciar uma boa ou má qualidade oral dos nossos companheiros: a alimentação, os cuidados de higiene oral que temos com eles em casa e a predisposição genética que algumas raças têm.
No caso da alimentação, o tema é bastante conturbado: entre os que defendem uma alimentação mista (ração húmida e seca - mais direccionada para felinos que são muito preguiçosos para beber água); os que defendem que eles SÓ devem comer ração seca (porque faz uma maior "erosão" e evita a formação de tártaro); ou a nova filosofia de comida natural (sem cereais e com proteína crua, como é no ambiente selvagem). Porém, oferecer da nossa comida não é a melhor solução para a saúde geral deles, visto que eles não digerem os alimentos da mesma forma que nós e, tradicionalmente, a nossa alimentação é mais condimentada (com alho e cebola, por exemplo, que são tóxicos para eles).
Além disto, são raros os tutores que fazem a escovagem diária dos dentes dos seus animais (mais raros ainda os que toleram este processo), o que contribui para a acumulação de comida e formação de tártaro. Isto pode não ser significativo num animal jovem, mas a longo prazo este poderá começar a apresentar uma coloração diferente nos dentes ou inflamação nas gengivas.
Outro dos factores influenciadores nas doenças de trato oral é a predisposição de algumas raças para tal, como é o caso dos animais de pequeno porte; animais com o focinho mais recuado, chamados de braquicéfalos (Buledogues e Persas); ou mesmo os que têm dentição incerta (Pequinois).
Todos estes indicadores influenciam a condição dos nossos meninos.
O certo é que a saúde oral é muito importante para os nossos animais e é, muitas vezes, também, indicativo de que algo não está bem com eles na sua condição geral.
Normalmente, só nos apercebemos que se passa alguma coisa quando começam a ter mau hálito ou quando lhes cai um dente, mas a verdade é que, de acordo com os especialistas, maior parte dos animais continuam a comer, mesmo com dor. Quando, de facto deixam de comer, o caso já é mais severo e já implica a retirada de algum(s) dente(s).
Como tutores, devemos ter curiosidade em ver como se encontra a boca dos nossos companheiros. Para saber mais sobre saúde oral, clique aqui.
Faça o teste: quando chegar a casa hoje, abra a boca dele(a) e observe como está a coloração dos dentes, das gengivas, cheire a sua boca e observe a estrutura dos dentes.
Em Odontologia Veterinária, as principais queixas são:
Mau hálito;
Dente solto ou partido;
Dente extra (de leite) por cair;
Dente coberto com tártaro ou com coloração muito amarelada;
Mastiga de forma diferente, baba-se mais ou deixa cair a comida;
Dor na zona da boca;
Sangramento da boca;
Zonas da boca inchadas.
É, de igual modo, importante considerar mudanças no comportamento dele(s). Se, de um momento para o outro, ele não o deixar tocar na boca e tentar morder, é natural que tenha dor e está a reagir a isso. Não o castigue por isso!
Todos estes sintomas/sinais podem ser indicativos de que algo não está bem. Como tal, e para evitar a evolução do mesmo, é aconselhável falar sempre com o médico veterinário.
Pode trazer (sob marcação) o seu companheiro e aprender um pouco mais sobre os cuidados a ter com ele.